.XXXIII.
se ao amor. pertence. o teu coração. atado. a tão pouco de mim. e se em tudo te sobro. e nem luz. ou vazio. te encho. ao tempo. que tu carregas e na imortalidade de cada memória. que me deixas. eu. estou só. não só por mero acaso. mas. por total incompetência da alma. e pouca destreza de mãos que. jamais. te agarraram.
quarta-feira, 29 de junho de 2016
terça-feira, 28 de junho de 2016
XXXII.
há de noite. uma voz que diz. em segredo o teu nome. e com ela. este deus maldito. que fez. e desfez o meu coração. consegue encontrar o lugar certo. de todas as coisas.
em tudo. eu. sou. um trapo. a ensopar a água da chuva. a escorrer vento. a apagar-te. do horizonte. e de tudo o que fiz. nada consegui fazer. sem ti. nem deus. nem. sombra do que me deste. ou foste.
e no silêncio. marcado no compasso que o dia. toma. de si. para. com este corpo ausente. já nada se ouve. ja nada se faz. todo o caminho é feito sem se ver. na luz encardida da escuridão. no teu braço estendido até mim. até onde as minhas mãos ainda guardam. a tua memória. em cada tendão.
em qualquer lugar.
há de noite. uma voz que diz. em segredo o teu nome. e com ela. este deus maldito. que fez. e desfez o meu coração. consegue encontrar o lugar certo. de todas as coisas.
em tudo. eu. sou. um trapo. a ensopar a água da chuva. a escorrer vento. a apagar-te. do horizonte. e de tudo o que fiz. nada consegui fazer. sem ti. nem deus. nem. sombra do que me deste. ou foste.
e no silêncio. marcado no compasso que o dia. toma. de si. para. com este corpo ausente. já nada se ouve. ja nada se faz. todo o caminho é feito sem se ver. na luz encardida da escuridão. no teu braço estendido até mim. até onde as minhas mãos ainda guardam. a tua memória. em cada tendão.
em qualquer lugar.
domingo, 26 de junho de 2016
XXXI
venho até aqui. sempre que posso. enquanto a vida me adormece as mãos e me destina os dias. venho até aqui. para. encher o coração de memórias. de tempo. de coisas mortas. de coisas que julgava perdidas. aqui. tudo o que me enche o coração. cheira a terra molhada da chuva. pisada pela multidão de árvores. que o vento. atou. aos braços do horizonte. aqui. posso ser uma pedra no chão. ou um pássaro no ar. uma folha presa a um ramo. o movimento perplexo das mãos nos bolsos. o assobio manchado no caminho. a lâmpada gasta que ilumina a rua. o reflexo de um rosto numa janela. e em todas elas. não sou eu. não que tudo isto seja. a mais clara negação do meu ser. mas porque antes me perdi em todas elas.
venho até aqui. sempre que posso. enquanto a vida me adormece as mãos e me destina os dias. venho até aqui. para. encher o coração de memórias. de tempo. de coisas mortas. de coisas que julgava perdidas. aqui. tudo o que me enche o coração. cheira a terra molhada da chuva. pisada pela multidão de árvores. que o vento. atou. aos braços do horizonte. aqui. posso ser uma pedra no chão. ou um pássaro no ar. uma folha presa a um ramo. o movimento perplexo das mãos nos bolsos. o assobio manchado no caminho. a lâmpada gasta que ilumina a rua. o reflexo de um rosto numa janela. e em todas elas. não sou eu. não que tudo isto seja. a mais clara negação do meu ser. mas porque antes me perdi em todas elas.
quarta-feira, 22 de junho de 2016
quarta-feira, 15 de junho de 2016
XXVII.
silêncio. estou de partida. silêncio. que se quebra. sobre este coração. esquisito. e só. as tuas palavras. ditas. silêncio. que delas. vivo. este momento. estou sobre as ruas já desertas. agarrado ao horizonte. doente e por conquistar. sou. o vento quente. vou. se puder. até, onde tudo se fechar. e se não houver. fim. vou até onde. todo o tempo. que vivo. me deixar e solenemente. acabarei por lhe ditar. a réstia de vida. e talvez um pouco da minha morte.
és tu. que me faltas. aqui.
e eu sigo. sem ti. com o tempo contado. no sangue. que me corre. por dentro. silêncio. que o sangue. não faz qualquer som. silêncio. que nem sei. se corre. ou se parou.
e eu. paro. também. aqui.
e depois. de tudo. de um mar agitado. e a crescer. a cada maré. carrego nos braços. o amor que já te esqueceu. e quando tudo se fecha. e a porta. daquela casa. escura. se abre até à luz. escorregar. de dentro. do coração. serás tu. abraçada. ao meu peito.
silêncio. estou de partida. silêncio. que se quebra. sobre este coração. esquisito. e só. as tuas palavras. ditas. silêncio. que delas. vivo. este momento. estou sobre as ruas já desertas. agarrado ao horizonte. doente e por conquistar. sou. o vento quente. vou. se puder. até, onde tudo se fechar. e se não houver. fim. vou até onde. todo o tempo. que vivo. me deixar e solenemente. acabarei por lhe ditar. a réstia de vida. e talvez um pouco da minha morte.
és tu. que me faltas. aqui.
e eu sigo. sem ti. com o tempo contado. no sangue. que me corre. por dentro. silêncio. que o sangue. não faz qualquer som. silêncio. que nem sei. se corre. ou se parou.
e eu. paro. também. aqui.
e depois. de tudo. de um mar agitado. e a crescer. a cada maré. carrego nos braços. o amor que já te esqueceu. e quando tudo se fecha. e a porta. daquela casa. escura. se abre até à luz. escorregar. de dentro. do coração. serás tu. abraçada. ao meu peito.
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