quinta-feira, 18 de maio de 2017

XLVIII.

em todos os lugares onde estive. vi mãos se juntarem. e vozes fundidas num só lamento. e por vezes. numa só palavra. a romper. a luz. lembro-me. algumas vezes. ter abraçado os meus bolsos com os dedos. e apertado o vazio. até à sua asfixia. sim, eu já vi o vazio. morrer. e nesse tempo. todo eu. era um homem. só. a escrever nas paredes dos prédios. coisas sobre ti. que tu.

nunca leste. 

deve haver. neste intervalo. que se fecha todas as noites. uma vida por viver. que talvez. não seja a de quem sufocou todos os medos. com as mãos fechadas nos bolsos. ou mesmo. daquele. que em todos os lugares onde esteve. nunca viveu. em lado. algum.


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