quarta-feira, 5 de outubro de 2016

XLII.

para. que tema o silêncio. do medo. não resta nada. senão. os meus dedos mordidos. na quietude. em que me dividi. só resta parte da tempestade. que ao mar. todos os dias. vou derramar. cada parte destruída. cada onda. vazia. cada parte de mim. só.

sou a terna espuma. dos lamentos. uma vida por acabar. do que me fiz. não há árvore que tenha procurado. a água que o meu corpo deu à terra. nem a mais pequena luz. desobrigada. de me iluminar.  os dias. antes fosse. a raiz pobre da ausência. antes fosse. a escuridão escrita num poema. que ao amor nada devo. nada tirei.

nada. já sei dar. 

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