XVIII
um cão a morder-me as pernas. um coração gelado. um peito que resiste. as pernas que não se movem. um cão. que não desiste. e todas as palavras que não digo. e as vozes. que ouço. não se demoram. e hoje. a noite. não acaba. e tudo tem um fim. pergunto. afirmo. e desminto. o nada. é que tem sempre um fim. digo. entre os dentes. e olho. o céu. teimoso e escuro.
as despedidas. enrolam-se na língua. e a boca. que seca. e a boca. que mente.
desisto. o coração não aquece. e o nada. que tem sempre um fim. repito. e sento-me. em frente a ti. horizonte. e não me demoro.
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