segunda-feira, 18 de julho de 2016

XXXVI.

já ninguém lê poemas de amor. não. já ninguém escreve. sobre esse vazio deixado ao tempo. não. porque. não haja amor. para escrever. mas porque o amor denso que a imortalidade. vergou. e fez morrer no coração. dos que ainda vivem à espera. já se fechou. por dentro. eu. sou. uma pedra atirada. sobre este céu. uma palavra por dizer. e tu. dizes. amo-te. e tudo. o que havia por escrever. eu. cerro as mãos. e todo o ar. que nelas reservei. para me fazer viver. se foi. à dureza da pele. ao molde. que lhe fiz. temer. tudo o que ficou por dizer. não. já ninguém lê. poemas de amor. 

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