XIV
eras tu. e mais ninguém.
nem vento. nem onda a correr pelo mar. nem tempo. a escolher. os dias. ou por qualquer rasgo de solidão. sem luz. por dentro. todo o silêncio registado em todas as ruas. desertas - há no mundo. palavras por dizer - dizes. a terra que dá lugar ao rio. e o rio. que se some. por detrás do horizonte. e a ponte. a encolher-se também. e os telhados vincam. o céu. e o céu. dorme em silêncio. sem pássaros. ou aviões a queimar a candura do fim do dia. e vem a noite. e em todos os muros que escoltam. o coração. até não haver. mais moradas. não há mais nada. depois. de ti.
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